Hoje inicio uma nova categoria no meu Blog – Envelhecimento Activo.
Sempre fui apaixonada pela vida activa, sou muito energética, mas lembro-me de quando tinha 15 anos, ter decidido ter comportamentos saudáveis (alimentação correcta, prática de exercício físico, não fumar, não beber, etc), porque queria ter umEnvelhecimento Saudável.
Queria ser uma velhinha activa, cheia de energia, e como imensa mobilidade para não depender de terceiros.
Como o envelhecimento é a minha área de formação académica, e também uma área que me apaixona, decidi escrever tudo aquilo que sei e que aprendi ao longo da minha formação.
Num contacto diário que tive ao longo de vários estágios académicos que fiz durante a minha formação, facilmente constatei que existem formas distintas de envelhecer.
Um envelhecimento “bem sucedido”, “satisfatório”, “activo”, não depende exclusivamente de factores como a sorte ou o património genético.
Depende de cada um de nós, das nossas acções ao longo da vida, dos nossos hábitos, costumes e responsabilidades.
A saúde, mas também os “comportamentos e os afectos, as amizades, e os contextos de vida, o tempo socioeconómico e histórico que experienciamos, tendem a confundir-se com os resultados dos percursos individuais, num balanço, constante entre os factores da pessoa e do meio, mediados por significados e valores” (Ribeiro & Paul, 2011).
Neste contexto de heterogeneidade, será que podemos descortinar caminhos de comportamentos adequados e resultados positivos?
Ou será que podemos traçar fronteiras entre a adaptação e o desajustamento aos desafios associados ao envelhecimento?
Ou resta-nos a passividade da fortuna de envelhecer bem ou do infortúnio da dependência e da incapacidade, progressiva e inexorável?
A resposta a estas questões tem vindo a ser estudada recentemente, em diferentes áreas científicas.
Segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde (2002), o conceito de Envelhecimento Activo, que surge na sequência de envelhecimento saudável, estende-se para além da saúde, a aspectos socioeconómicos, psicológicos, “integrados num modelo multidimensional que explica os resultados do envelhecimento”. Ora este conceito preconiza a qualidade de vida e a saúde dos mais velhos, com manutenção da autonomia física, psicológica e social, em que os idosos estejam integrados em sociedades seguras e em que “assumam uma cidadania plena”. O conceito “activo” remete, pois, para uma participação e envolvimento dos mais velhos nas várias questões sociais, culturais e económicas, civis e espirituais, e não “apenas à capacidade de estar fisicamente activo ou de fazer parte do mundo do trabalho.
Esta “nova forma de entender e perspectivar o envelhecimento enfatiza a importância de as pessoas perceberem o seu potencial para a promoção doseu bem-estar e, sobretudo, da sua qualidade de vida” (Ribeiro & Paul, 2011)
E ser activo, à medida que a idade avança, também já “não se limita à prática de actividade física, mas envolve o estímulo cognitivo, a saúde mental, a interacção com os outros, uma alimentação e comportamentos saudáveis, cuidados com a saúde oral, a prevenção de acidentes, a assumpção de uma sexualidade saudável e o reconhecimento do direito ao afecto, à dignidade e ao respeito, ao combate aos fenómenos dos maus tratos, de violência e de abuso, de isolamento e de solidão de que tantos dos nossos mais velhos são ainda vítimas nos dias de hoje”.
Espero que tenham gostado desta minha nova categoria e do meu artigo sobre o Envelhecimento Activo.
Um abraço
Luísa de Sousa.
Bibliografia:
RIBEIRO, O; & PAUL, C. (2011). “Envelhecimento Activo”. Lisboa: Lidel, Edições Técnicas, Lda.
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